Desde o início do ano, Santa Maria registra 45 homicídios. As vítimas foram 40 homens e cinco mulheres, com idades entre 16 e 65 anos. A maioria dos crimes aconteceu na região oeste da cidade, onde 14 pessoas perderam a vida. Em comparação com 2022, o município registra 20% menos homicídios. Até 31 de outubro do ano passado, Santa Maria somava 56 assassinatos, chegando a 70 em 31 de dezembro. Porém, na comparação com os últimos três anos, houve pequena alta nos crimes. Até 16 de outubro de 2020 e no mesmo período de 2021, 42 pessoas haviam sido mortas na cidade, contra 45 agora.
+ Receba as principais notícias de Santa Maria e região no seu WhatsApp
Entre setembro e outubro deste ano, chama a atenção o recuo nesse índice de criminalidade. Até 16 de outubro, Santa Maria contabilizava 30 dias sem homicídios. Comparado com o ano passado, o período de agosto a setembro, chegando a 24 dias, foi o maior tempo sem crimes letais contra a vida.
Se compararmos com 2021, o maior período foi entre março e abril, chegando a 37 dias, e em 2020, entre os meses de outubro e novembro, com 35 dias sem homicídios.
Em todo o ano passado, 70 pessoas foram mortas de forma violenta no município, sendo 41 apenas no primeiro semestre. Já em 2023, de janeiro a junho, houve 30 homicídios _ 11 a menos. As vítimas foram 26 homens e quatro mulheres. No total, foram 28 crimes _ dois duplos homicídios.
No segundo semestre deste ano, o primeiro homicídio aconteceu na noite do dia 17 de julho, quando um homem identificado como Juliano Machado de Almeida, 44 anos, foi morto a tiros na Estrada Norberto José Kipper, que liga o Bairro Camobi ao distrito de Arroio Grande.
Até então, o mês de agosto foi o segundo mais violento de 2023, registrando nove homicídio, número igual a março, atrás apenas de abril, quando 10 pessoas foram mortas na cidade.
– Nós temos um plano tático operacional que é utilizado por toda a Brigada Militar, na qual priorizamos a questão da prevenção do crime, também da visibilidade policial. Então a gente procura colocar o policial em um local mais visível e naqueles locais onde haja um fluxo maior de pessoas e de veículos. E a partir daí, a gente prevê a questão do emprego racional visando uma repressão qualificada. Aí a repressão se dá onde efetivamente ocorrem esses indicadores criminais. Então, nós damos a devida atenção – explica o comandante do 1º Regimento de Polícia Montada (1ºRPMon), tenente-coronel Marcus Giovani Mello e Silva.
Ações
Nos 10 primeiros meses de 2023, a Brigada Militar realizou 119.047 abordagens, 2.741 prisões, apreendeu 116 armas, 368 facas, facões e canivetes, capturou 237 foragidos, recuperou 88 veículos furtados/roubados, apreendeu 1.609 munições e 103 quilos de drogas.
Para o comandante, essas atividades que acontecem diariamente, na qual a Brigada Militar efetua as apreensões de ilícitos e prisões. Com base nestes dados, posteriormente é feito um cronograma e um mapeamento de horários e locais de maior incidência de delitos, onde, então, cria-se uma estatística para que a polícia possa agir com maior efetividade nos pontos mapeados, para poder ter uma pronta resposta de ação.
– O sistema permite isso, é juntar a análise criminal juntamente com as informações, com os dados tabulados, analisados pela sessão da inteligência, e a partir daí a gente fazer um emprego operacional. E isso tem trazido bons resultados. A gente sabe que o homicídio é sazonal, ele tem altos e baixos de diferentes períodos, mas a gente conseguindo dessa forma, com ciência, com análise dos dados, e utilizando os recursos que a gente tem à disposição, também através da integração, do fortalecimento que nós temos em Santa Maria, nós estamos colhendo esses resultados. Então, Ministério Público, Judiciário, SUSEPE, Polícia Civil, o próprio Instituto-Geral de Perícias (IGP), através da sua atribuição, tem colaborado para esse resultado. Com essa conjunção de esforços em Santa Maria para ter essa redução, que até se a gente comparar hoje, ela está muito maior a redução aqui, comparada até ao Estado – complementa o comandante.
Para finalizar, o comandante do 1º RPMon ressalta que "nosso maior bem é o nosso servidor, é o policial militar que trabalha diuturnamente para a prevenção e proteção da criminalidade":
– Esse servidor está apto e qualificado para fazer frente aos delitos que estão acontecendo. A gente precisa muito da responsabilidade da comunidade, a qual conta com a segurança da Brigada Militar, da Polícia Civil, com os órgãos de segurança, para que ela nos repasses informações, confie no nosso trabalho. A gente precisa muito desse retorno para atuarmos de forma conjunta na prevenção dos delitos.
Números
Confira os registros do 1º RPMon, de janeiro a outubro deste ano, na comparação com o mesmo período de 2022:
Homicídios
- 2022 – 56
- 2023 – 45
- Variação – -19,64%
Foragidos
- 2022 – 199
- 2023 – 237
- Variação – +19,10%
Armas apreendidas
- 2022 – 155
- 2023 – 116
- Variação – - 25,16%
Apreensão de drogas
- 2022 – 98,889 kg
- 2023 – 102,465 kg
- Variação – + 3,62%
Apreensão de arma branca
- 2022 – 190
- 2023 – 368
- Variação – + 93,68%
Flagrantes
- 2022 – 1.264
- 2023 – 1.324
- Variação – + 4,75%
Os homicídios
2022
Casos por região da cidade
- Centro – 5
- Norte – 10
- Sul – 6
- Leste – 12
- Oeste – 23
Vítimas
- 49 homens
- 7 mulheres
- Idades entre 13 e 61 anos
- 41,07% dos homicídios na Região Oeste, com 23 dos 56 casos em 2022
2023
Casos por região da cidade
- Centro – 3
- Norte – 11
- Sul – 8
- Leste – 9
- Oeste – 14
Vítimas
- 40 homens
- 5 mulheres
- 31,11% dos homicídios na região oeste, 14 dos 45 em 2023